O Mar!
Cercando prendendo as nossas Ilhas!
Deixando o esmalte do seu salitre nas faces dos pescadores,
roncando nas areias das nossas praias, batendo a sua voz de encontro aos montes,
… deixando nos olhos dos que ficaram a nostalgia resignada de países distantes …
… Este convite de toda a hora que o Mar nos faz para a evasão!
Este desespero de querer partir e ter que ficar! …
— Poema do Mar, Jorge Barbosa

Misofonia aos olhos da espiritualidade

Ao tomar contato com a nomenclatura "Misofonia" demonstrada pela publicação do blog Vida Eterno Crescimento, me deu a ideia de quantos poderiam ser os portadores dessa condição e do enormíssimo leque de sintomas já identificados tecnicamente por especialistas.
Ao longo de meus estudos da vida espiritual, pude constatar pessoal e diretamente muitos dos casos descritos.
Os que padecem de misofonia vivem num permanente estado de ansiedade já que a fonte, o agente dos seus incômodos é exterior e independe de sua vontade. Estão sempre em suspenso, em sentido de alerta, de prevenção, sempre à espera que a agressão venha nem se sabe de onde e que lhes afeta o tímpano e se repercute por todo o sistema nervoso.

Por vezes a causa é apenas imaginária, sugerida por um gesto ou uma visão que não traduzia a realidade.

Caso curioso: apenas abominam ruídos provenientes de terceiros, os mesmos ruídos produzidos por eles mesmo não lhes afeta em nada.

Então, como considerar essa condição do misofônico?

Antes de mais devem reparar que me referi a “condição” e não doença. A misofonia poderá ser considerada uma espécie da faculdade mediúnica, uma condição do ser vivente. Se a mediunidade não é doença, também não o será a misofonia.

O por quê dessa extraordinária sensibilidade?

Como sabemos o corpo astral ou fluido nervoso não está encerrado no corpo material. O espírito, para se deslocar, sem o seu corpo físico, constitui esse seu veículo, seu corpo astral, seu fluido nervoso.

Na maioria das criaturas, esse fluido nervoso está perfeitamente justaposto ao corpo material, mas há casos em que não se verifica esse perfeito ajustamento.

Sabemos também que é através dos órgãos dos sentidos que o espírito entra em contato com o mundo exterior. Por isso, às vezes, certos estímulos exteriores agredirem, chocarem com o fluido nervoso, provocando as mais diversas reações do portador da extrema sensibilidade, do misofonico.
Força e Matéria são os dois únicos componentes do Universo, base de tudo quanto existe neste e noutros planetas. Enquanto os homens da ciência limitarem os seus estudos, as suas investigações, à matéria organizada, ao mundo físico, sem procurarem, fora deste mundo, o elemento que organiza, incita e movimenta a matéria, continuarão na ignorância das reais causas de todas as coisas.
Portanto, tem que ser nesses dois elementos constitutivos de todos os corpos neste mundo que se tem que investigar para se chegar a soluções acertadas acerca da “Misofonia” e não só, mas também de todos os fenômenos e efeitos físicos observados no mundo.
A pureza da vida anímica está de acordo com a do próprio espírito, isto é, com a pureza do mundo a que pertence.
Sabemos que há milhares de milhões de categorias de mundos a rolar no espaço. Cada categoria com a sua própria atmosfera ou aura, com a própria matéria constituinte dessa atmosfera. Quanto mais elevado é o mundo, mais pura é a sua atmosfera. Daí se conclui que o fluido nervoso dos seres humanos é variável e na relação direta do grau de evolução alcançado pelo espírito.
Como há milhares de tipos de fluidos nervosos, assim temos milhares de comportamentos humanos dos portadores da misofonia.
Quanto mais atrasado é o espírito, mais denso é o seu perispírito, mais compacto é o seu corpo físico.
Misofonia aos olhos da espiritualidade
Por Antão José Lopes da Luz
Presidente Físico da Casa Racionalista Cristã, Filial Seixal, Lisboa - Portugal

Fonte:
Um Farol no Lado Sul do Tejo